Seria o nerd de hoje um adulto que se recusou a crescer?
Esse texto é uma blogagem coletiva e vem levantar um tema que achei que cabia totalmente como uma homenagem ao Dia do Orgulho Nerd. Porque levanta a questão da criança que há dentro de nós nerds de carteirinha, muitas vezes incompreendidos.
Aqui eu vou contar um pouco da história que deu origem ao Minha Vida Geek e, tenho certeza, que será muito similar a de outras pessoas que, assim como eu, escolheu o caminho nerd da força.
Pessoas como eu, e como você que lê este blog, não se tornaram adultos convencionais. Isso porque nunca abandonamos a criança que existe dentro de nós. Ser criança não é ser infantil, nunca confunda isso. Ser criança é admitir que tem medo dos obstáculos que a vida nos impõe, mas ao mesmo tempo saber se divertir e levar a vida leve. Gostar de videogames, desenhos animados, jogos de tabuleiro e quadrinhos não faz de ninguém menos responsável ou maduro. Preferir ficar em casa assistindo Netflix ao invés de ir para um bar encher a cara, não é demérito. Os nerds saíram do armário e dominaram o mundo, mas poucas pessoas perceberam isso.
Vamos começar pela notícia que está mais em voga no momento. Quais são os 2 filmes com mais bilheteria no mundo? Não são filmes cabeça, de crítica social ou drama no bom estilo Oscar. São os 2 filmes nerds: Avatar e Vingadores Ultimado. A cada dia mais e mais lojas e bares com jogos de tabuleiro estão abrindo. Jogos eletrônicos competitivos se tornaram esporte e são transmitidos em canais de TV. Grandes lojas de magazine (como Riachuelo, Renner, C&A) passaram a fazer linhas de roupas nerds. O mundo mudou, mas nem sempre foi assim tão fácil manter seu lado criança aflorado.
Aos 14 conheci o famoso jogo de RPG Dungeons & Dragons. Um grupo de meninos jogava na escola, mas não fui permitida participar por ser menina. Aos 15 anos tentei 3 vezes ir à eventos de RPG, mas só haviam garotos e todos me olhavam como se fosse um bicho de 7 cabeças. Mal sabiam eles que eu já era do mundo nerd antes mesmo de surgir aquele jogo…rs. Aos 3 anos de idade eu tinha um videogame chamado Dactar (genérico do Atari). Os anos se passaram e eu cresci jogando tanto em consoles quanto no computador, além de assistir a todos os desenhos animados que passavam na TV e ler quadrinhos. Fui uma tola ao chorar pela morte da Jean Grey aos 12 anos, só para vê-la retornar 2 quadrinhos depois como Fênix, se tornar má, se redimir, sofrer, morrer e voltar novamente. E assim decidi nunca mais acreditar quando a Marvel fala que um personagem morreu, rs. Na década de 80 e 90 era muito difícil ser nerd. Eu ia pra a faculdade com quadrinhos embaixo do braço, sonhava em escrever minha própria HQ… cheguei a participar de um fanzine, mas não foi para frente. Fiz minha monografia falando sobre o RPG aplicado na educação, produzi um curta-metragem de terror e aprendi a jogar Quake no meu 1º estágio. Sempre fui nerd. A criança dentro de mim nunca morreu… pelo contrário, só me fortalece. Essa criança interior me fez chegar aonde estou hoje… aqui, escrevendo o Minha Vida Geek.
Moral da história? Seja você mesmo. Se você curte metade do que falei nesse texto… se você se identifica, saia do armário e se aceite como nerd…rs. Não faz mal querer se divertir… brincar. Deixe que a criança que você era se orgulhe do adulto que se tornou.
Confira também os textos dos outros participantes:
- O meu eu do passado se orgulharia de mim hoje? (Reflexão) – Relatos de um Garoto de Outro planeta
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que me tornei? – Mundo da Nak
- Orgulho do adulto que sou – 7Smiles
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que sou? – Lendas e Poesias
- 28 anos depois: a pequena Thayama estaria orgulhosa de onde chegou? – Thayama Matos
- Meu antigo eu teria orgulho de mim? – Mãe ao cubo
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que me tornei? – O instável Mundo da Juh
- De volta ao meu antigo eu – Minha Vida em Quatro Atos
- A criança que eu era se orgulharia do adulto que me tornei? – Escritas Domésticas
- Projeto dear old me – Not to Disappear
- 28 anos depois – Reflexões Escritas
Adoro ser nerd. Quando eu era adolescente isso era mal visto, hoje em dia as pessoas desejam ser. Como o mundo dá voltas, não é?
Achei interessante como você adaptou o tema da blogagem ao nicho do seu blog e adorei a abordagem.
Eu acho que essas obras de ficção como quadrinhos, filmes e jogos fazem com que de certa forma a antiga criança que habita dentro de mim vibre, mesmo que as histórias não sejam infantis de fato. Elas despertam imaginação, fantasia. É maravilhoso!
Parabéns pelo texto e parabéns pelo blog!
POis é.. quando o tema sugerido mostrou uma imagem de Peter Pan eu não pude deixar de pensar o quão nerd isso era… pelo menos pra mim, rs. A minha criança interior nunca morreu. E como a postagem era próxima ao dia do Orgulho Nerd, achei que cabia essa adaptação. Fico feliz que tenha gostado e espero participar de outras blogagens coletivas 🙂
Oiii,
As vzs é dificil deixar transparecer o que realmente somos mais n é impossivel.
Lidar com rejeiçoes é complicado
Abs
Super me identifiquei com vários pontos no seu texto. Acho que quanto mais nerds saírem do armário melhor, faz com que a gente não se ainda só ? Ser menina e ler quadrinhos era quase uma afronta aos moleques na escola. E essa popularidade de hoje permite que mais meninas se sintam empoderadas e inspiradas a serem e gostarem do que for <3
Um beijo!
Pois é, até dona Marvel e dona Disney já perceberam a força feminina no mundo nerd e estão apostando mais nisso.
Que ótimo texto, se aceitar do que jeito que é , é essencial para começar a ser feliz. Adorei participar desta blogagem e já ansiosa pela próxima!
Obrigada… também adorei essa blogagem coletiva. Que venham muitas outras.