Filme Na Fábrica: um terror tipo B

Uma loja de departamento nada convencional tem um vestido também incomum que passa de pessoa para pessoa, causando todo tipo de infortúnio para a vida de quem quer que entre em contato com ele.

Esse é o plot do 2º filme de “horror” do diretor britânico Peter Strickland, com produção da BBC Films. Entre aspas porque o filme pode ser considerado um horror cômico. O filme segue a jornada de um vestido amaldiçoado desde quando ele sai da loja de departamento e enfeitiça todos que com ele se deparam. Mas o filme é menos sobre o vestido e mais sobre o mundo estranho e louco em que vive.

É um filme cult pelo seu estilo único de filmagem. É até parecido com estilo de outro filme Suspiria, com Dakota Johnson e Tilda Swinton. Em “Na Fábrica” (em inglês In Fabric), o diretor se utiliza muito de filmagens através de espelho e uma sensação das clássicas capas de livro de padrões de tecido dos anos 60 / 70. A loja em que o vestido é visto pela primeira vez tem um poder sobre as pessoas. Esse poder hipnótico é visto através dos anúncios de TV e do comportamento insano das mulheres à frente da loja, todos os dias, como se todo dia fosse uma black friday. Mas embora pareça que estamos vendo alguma realidade insana, ele nos revela nossos hábitos materialistas. Somos nós que consumimos ou estamos sendo consumidos? Nós vestimos o vestido ou ele que nos veste?

O filme começa seguindo Sheila, que nos guia através desse estranho mundo, sobrevivendo às solicitações cômicas de seus gerentes e suas interações com a estranha vendedora da loja. Ela é a estrutura da história e Marianne Jean Baptiste (da série Blindspot) tem uma excelente performance. E a interação dela com os demais personagens que são bastante caricatos, mostra uma certa verdade através do cômico.

O filme já saiu em muitos festivais, teve 13 indicações e ganhou 8 prêmios, e será lançado nos cinemas somente em dezembro.

Veja minha participação no Canal Cultura da Ação e entenda mais nossa opinião sobre o filme.

 

Nota: 6

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