Desenho Universal ou Design Acessível
O conceito do Desenho Universal foi desenvolvido entre os profissionais da área de arquitetura da Universidade da Carolina do Norte – EUA, com objetivo de definir um projeto de produtos e ambientes que pudessem ser usados por todos, na sua máxima extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiência.
A meta era que qualquer ambiente ou produto poderia ser alcançado, manipulado e usado, independentemente do tamanho do corpo do indivíduo, sua postura ou mobilidade.
Mas o Desenho Universal não é uma tecnologia direcionada apenas aos que dele necessitam. É voltado para todas as pessoas!
A ideia é assegurar que todos possam utilizar com igual segurança e autonomia espaços construídos e objetos. Para isso, alguns conceitos foram criados:
1- Equiparação nas possibilidades de uso
É útil e comercializável às pessoas com habilidades diferenciadas.
2- Flexibilidade no uso
Atende a uma ampla gama de indivíduos, preferências e habilidades.
3- Uso Simples e intuitivo
É de fácil compreensão, independentemente de experiência, nível de formação, conhecimento do idioma ou da capacidade de concentração do usuário.
4- Captação da informação
Comunica de forma clara as informações necessárias, independentemente de sua capacidade sensorial ou de condições ambientais, atendendo as necessidades do receptor, seja ele uma pessoa estrangeira, com dificuldade de visão, audição, etc.
5- Tolerância ao erro
Previsto para minimizar os riscos e possíveis consequências de ações acidentais ou não intencionais.
6- Mínimo esforço físico
Pode ser utilizado com um mínimo de esforço, de forma eficiente e confortável.
7- Dimensão e espaço para uso e interação
Oferece espaços e dimensões apropriados para interação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc.).
E a informática não fica fora disso. Temos produtos acessíveis e símbolos que se tornaram comuns a cada dia.
Em termos de produtos voltados para o acesso de todos, temos também uma mesa super interessante do grupo Dumont Brasil, que apareceu na novela Viver a Vida.
Agora, falando sobre os símbolos universais na informática (e agora isso é um pitaco meu, pois não vi lugar algum oficializando essa informação), temos a utilização de uma simbologia internacional e de, certo modo, fácil identificação.
Digo “de certo modo”, pois só quem está familiarizado com os mesmos é quem faz uso de equipamentos eletrônicos.
Abaixo vou citar alguns exemplos de símbolos que são usados no mundo todo e que acredito que podem ser considerados desenho universal.
Claro que não sou especialista no assunto para avaliar se os mesmos se encontram dentro das 7 premissas citadas acima (eu acho que não exatamente, rs), mas estes símbolos se tornaram padrão nos eletrônicos. E uma vez aprendido seu significado, pode-se utilizar esse conhecimento para os demais equipamentos.
São eles:
Este símbolo é da época da Segunda Guerra Mundial, quando os engenheiros etiquetavam os botões seguindo o sistema binário: 1 significava “ligado”, e 0 significava “desligado”. Tempos depois, o Institute of Electrical and Electronic Engineers alterou a definição para significar simplesmente energia, força – Power.
O ícone foi desenhado de modo a lembrar o tridente de Netuno. No lugar de triângulos nas três pontas da lança, os promotores do USB decidiram alterar os formatos para um triângulo, uma caixa e um círculo. Isso foi feito para significar todos os diferentes periféricos que poderiam ser conectados usando o novo padrão.
Os símbolos de Play (tocar) e Pause (parar) não são nativos dos computadores, mas aparecem em todas as interfaces dedicadas a reproduzir áudio ou vídeo. Infelizmente, nem o triângulo apontado para a direita, nem as duas barrinhas parecem ter uma origem definitiva. Eles primeiro apareceram como símbolos de transporte de fitas em tocadores de rolos na metade dos anos 60. Em alguns casos, vinham acompanhados dos símbolos de avanço ou retrocesso rápido, que eram o mesmo triângulo, apenas duplicado e eventualmente invertido para apontar para a esquerda. A direção do triângulo indicava a direção que a fita iria se mover.
Apesar de ter sido “inventado” muitos anos antes, isso que hoje reconhecemos como um símbolo de conexão em rede Ethernet foi projetado por David Hill, da IBM. Segundo ele, o símbolo era parte de um conjunto de outros símbolos que representavam as várias conexões de rede local disponíveis na época. As caixas, que são representadas de maneira propositalmente não-hierárquica, representam os computadores/terminais.
O símbolo do bluetooth é uma junção das duas runas que representavam as iniciais do rei Harald Blatand, da Dinamarca, que era conhecido como Harald Bluetooth. Ele recebeu esse apelido por ele possuir uma coloração azulada em seus dentes.
O primeiro receptor Bluetooth tinha o formato parecido com o de um dente mesmo, e sim, era azul. Mas as brincadeiras simbológicas não param por aí. Sabe-se também que Harald foi instrumental para a união de diferentes facções guerreiras em partes do que hoje são a Noruega, Suécia e Dinamarca – do mesmo modo que a tecnologia Bluetooth é projetada para permitir colaboração entre diferentes indústrias, como a de computação, telefonia celular e automotiva.
As pessoas ficavam confusas com o modo “standby”. Então a IEEE (lê-se I 3 E – Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) decidiu que seria bom fazer uma modificação, renomeando o modo de espera para “Sleep” (dormir), de modo a demonstrar o estado em que nós, humanos, não estamos nem ligados, nem desligados. Atualmente, uma lua crescente é o símbolo do modo Sleep nas Américas e na Europa.
Como este símbolo acabou se tornando tão potente com o passar dos anos, não é? Porém, ele é conhecido por nomes diferentes ao redor do mundo: caracol na França e Itália, ratinho na China, rabo de macaco na Alemanha, tromba de elefante na Suécia, arroba no Brasil. O símbolo já fazia parte de algumas máquinas de escrever americanas, sendo usado em contabilidade desde 1885 como uma abreviatura da área de contabilidade, que significava “na ordem de”. No Brasil, o termo arroba já vinha sido usada no contexto mercantil, principalmente como unidade de peso de gado, equivalendo a cerca de 15kg. Mas o símbolo em si, o “a” com uma voltinha externa, tem origens misteriosas e muito mais antigas que isso, remetendo a monges do século 6 (mistéeeeriiiiiio… rs).
Bom, agora que vocês já têm uma noção do que é desenho universal, quero deixar uma dica de um blog bem bacana. É o Bengala Legal, criado pelo carioca Marco Antonio de Queiroz (MAQ) que é cego desde os 21 anos devido a diabetes e hoje, aos 50, já criou um blog, trabalhou numa grande empresa de Processamento de Dados do Governo, casou, virou pai, escreveu um livro e plantou um pé de feijão. 🙂
Abraço a todos e bom fim-de-semana,
Claudia Sardinha
Fontes: Gizmodo, Acessibilidade Brasil
Olá.
É uma grata surpresa ver um site como esse, masi que isso, ver a sua disposição em transmitir os seus conhecimentos àqueles o necessitam.
Mas tenho que dizer, o meu programa de voz, enrolou bem a “língua”para dizer publicar comentário, foi engraçado e demorei um pouco pra entender.
Obrigada