Crítica do filme O Retorno de Mary Poppins
A trama de O Retorno de Mary Poppins se passa 25 anos após o primeiro filme, apesar de ter sido produzido mais de 50 anos depois do original que é de 1964. Quando anunciaram a produção do filme, confesso que fiquei muito preocupada. Mary Poppins é um clássico que não devia ser mexido, mesmo não sendo um reboot, mas sim uma continuação. Só a ideia de não ser a mesma atriz (a incomparável Julie Andrews), já me deixou nervosa, pois seria muito difícil alguém dar a interpretação que ela deu ao personagem de forma carismática, fofa e ao mesmo tempo autoritária de Mary Poppins. Mesmo assim fui assistir ao filme com uma certa nostalgia no ar.
No entanto, meus receios estavam corretos e o filme foi muito pior do que eu imaginava. Com músicas chatas e atores sem carisma, o filme foi uma mera cópia do original, só que mal feita.
Todas as cenas imitaram a fórmula do filme da década de 60 e o filme não passou de uma mera cópia do seu predecessor. Até as músicas, algo que a Disney sempre fez muito bem, foram fracas e chatas! Nenhuma delas causou sequer uma vontadezinha de cantar e tornaram o filme ainda mais cansativo.
Jane e Michael Banks, as crianças do primeiro filme, agora são adultos e imitam a personalidade de seus pais, incluindo a cena em que Michael sai para trabalhar no banco (assim como o pai fazia) e a irmã fica em casa segurando a mobília que quase cai por causa do capitão que estoura seu canhão como uma marcação de relógio (da mesma forma que vemos a cena da mãe no original).
A arrumação do quarto das crianças, a visita ao desenho do pote de cerâmica (que foi igual ao original quando eles entraram num desenho feito na praça). Depois teve o encontro a prima de Mary Poppins (no antecessor era um tio), a dança com o pessoal das lamparinas (no original era o pessoal das chaminés) e ao final eles acompanham Mary Poppins e as crianças até em casa. A cena do banco onde as crianças não obedecem a babá e criam uma confusão ao descobrirem o verdadeiro vilão da história. E por fim, a cena no parque com toda a família junta se divertindo e esquecendo a existência da babá. Tudo uma grande imitação que, mesmo tendo servido de nostalgia, não fez de O Retorno de Mary Poppins um filme bom.
Para não dizer que não gostei de nada, fiquei muito feliz em ver a aparição de Dick Van Dyke como o velho dono do banco que se escangalhou de rir no primeiro filme com a piada do homem com a perna de pau que se chamava Smith.
Para quem nunca assistiu ao original, talvez o filme não sea tão ruim, mas não chega a ser uma obra prima. Infelizmente nem Emily Blunt nem Meryl Streep salvam o filme.
Nota: 4