Como foi a Wabi Love Latin Tour 2023

Os atores tailandeses Boun, Earth e Santa estão no Brasil para sua primeira turnê de fanmeetings no país. Bastante conhecidos entre os fãs de dramas BL, o trio passoupor São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza.

Durante os eventos da WABI LOVE LATIN TOUR 2023, os fãs participaram de um bate-papo e de interações com os atores, quando será possível tirar fotos em grupo e selfies para aqueles que adquirirem os pacotes VIPs disponíveis para venda.

A Far Music foi a empresa responsável pela organização e execução da Wabi Love Latin Tour no Brasil.

Sobre os atores

Boun

Noppanut Guntachai, também conhecido como Boun, é um ator e modelo tailandês, graduado na Faculdade de Artes da Comunicação da Universidade de Bangkok. Ele cita o capitão Chonlathorn Kongyingyong como a razão pela qual ele entrou na indústria do entretenimento.

Participou das séries 2 Moons, ReminderS, Until We Meet Again, Long Khong Series, 7 Project: Once Upon A Time, Cute Pie, Rose In Da House, You Light Up My Life Again, Even Sun, Beteween Us

Próximos projetos confirmado: Zomvivor e Red Peafowl

Earth

Katsamonnat Namwirote (Earth) é um ator e arquiteto tailandês. Ele é conhecido por seus papéis nas séries “Love By Chance”, “Until We Meet Again” e My Only 12%. Earth também faz vlogs frequentes em seu canal no YouTube “Cooheart’s Channel”, onde seus amigos e coatores costumam se juntar a ele. Abertamente gay, costuma falar sobre sua sexualidade no canal.

Participou das séries: Love By Chance, Until We Meet Again, Love By Chance: A Chance to Love, Love By Chance: More Chance to love, 7 Project: Would You Be My Love?, 7 Project: Once Upon A Time, Saneha Stories 4: Thanon Sai Sanetha, My Only 12%

Santa

Pongsapak Oudompoch, conhecido como Santa, é um ator e cantor tailandês, contratado do Studio Wabi Sabi. Com 19 anos, é o mais novo em idade do trio, mas tão grande em talento quanto Boun e Earth, com destaque para seus papéis nas séries My Only 12% e Beteween Us (interpretando Wiew, irmão mais novo de Win, papel de Boun). No começo de 2023, Santa participou da série Fantasy Boys, junto com outros 51 artistas coreanos e não coreanos, para a formação de uma banda de K-Pop. Carismático, com boa voz e excelente execução das coreografias, logo chamou a atenção pelo desempenho e pela enorme torcida nas redes sociais, principalmente das fãs de BLs. Infelizmente, ele foi eliminado na fase de seleção os últimos 12 participantes, porém, Santa segue como destaque em atuação e performance musical na Tailândia.

Participou das séries 7 Project: Would You Be My Love?, 7 Project: Once Upon A Time, My Only 12% e Between Us.

 

Sobre o evento

Caso você seja fã de séries orientais, principalmente chinesas, tailandesas e coreanas, sabe que as carreiras artísticas nesses países não são bem-vistas pelas famílias e sociedade em geral. Por isso, atores, cantores, pintores, desenhistas, etc precisam ter uma “carreira de verdade” antes de se dedicarem à arte.

Por “carreira de verdade” entenda profissões tradicionais como medicina, direito, biomédicas em geral, engenharias, arquitetura. Mas você deve estar se perguntando: “porque raios ela está falando sobre isso agora?”. Porque, não importa qual condições de temperatura e pressão, esses rapazes entregam aquilo que eles prometem.

Então, a presença deles esbanjou simpatia, bom humor, irreverência. Além disso tudo, performances muito bem ensaiadas, vozes afinadas e grande dose de profissionalismo, na minha opinião, salvaram uma experiência que tinha tudo para ser trágica. E vou explicar mais para frente o que quero dizer com isso.

No balanço geral, assistir a performance dos três atores foi muito divertido e, sem sombra de dúvidas, eles merecem cada segundo de fama, pelos profissionais que são e pelas pessoas que mostraram ser. Fato real.

Pena que a organização, estrutura e apoio do evento entregou o oposto.

Vip Station: um dos piores espaços para eventos que já conheci

O que dizer sobre o Vip Station? Ele conseguiu entregar uma experiência pior que a do estádio do Morumbi em dia de show do U2. Pelo menos a estrutura do Morumbi era segura e iluminada!

Começando pela localização, essa casa de eventos está localizada em Santo amaro, eu uma rua deserta, mal iluminada e sem rotas de escape. Para terem uma ideia, saí do show alguns minutos antes de encerrar porque, como já havia feito a cobertura, queria evitar a “muvuca”. Bom… Quando parei na calçada para esperar meu carro encostar, o pessoal que estava trabalhando no evento estava ligando para a polícia naquele instante porque um dos “flanelinhas” ameaçou furar o staff com uma faca (que foi apontada para eles na rua) caso não pagassem a “taxa de estacionamento”. Detalhe que eles haviam parada na calçada, a poucos metros da porta do estabelecimento.

Pensem só no perigo. Eu do lado, ouvindo o pessoal narrar para a polícia o que havia acontecido, enquanto uma terceira pessoa tirava fotos do indivíduo que, parado do outro lado da rua, continuava ameaçando o staff. Ninguém me contou isso não. Eu vi.

Daí você pode dizer que São Paulo é assim mesmo. E eu digo: certo, vamos deixar de lado a péssima localização com zero policiamento e segurança. Vamos falar sobre a parte de dentro. Vou resumir em bullets o que eu vi:

  • Uma pista pequena de frente para o palco com um mezanino estreito na parte de cima.
  • Escadas com degraus altos e difíceis de subir.
  • 80% do ambiente no breu total (a ponto de ter que acionar o celular para olhar onde eu estava pisando).
  • Vários desníveis e degraus no piso sem iluminação.
  • No mezanino, todas as pessoas estavam aglomeradas na grade, penduradas para “ver melhor”.
  • Nenhum segurança por perto para afastar ou garantir a segurança das pessoas.
  • Rotas de incêndio de difícil acesso, porque cadeiras e pessoas ocuparam os espaços que era para passagem.
  • Mas havia staff para impedir que as pessoas tirassem selfs. Isso mesmo! O show nem tinha começado e estavam proibindo as fotos.

Uma pergunta e uma conclusão: por que a produção do show escolheu esse local horrível? Não faço ideia! Caso você tenha oportunidade de ir em algum show na Vip Station, pense com cuidado porque não me senti segura.

O som foi um desastre a parte

Bom, se tudo der errado e a experiência for péssima, pelo menos o que o público pagante espera é conseguir ver e ouvir a performance dos artistas. Infelizmente, o som estava péssimo, tanto por questões técnicas, quanto pela acústica do espaço, que é inadequada para esse tipo de evento.

O resultado que vocês podem ver em alguns dos vídeos que fiz durante o evento é a péssima qualidade do áudio. Na segunda música cantada pelo Boun, por exemplo, o som estava tão “estourado” que não era possível ouvir a voz dele.

De um modo geral, estava difícil entender até o que o intérprete deles falava em português, dada a baixa qualidade do áudio. Imagino que o público pagante não se incomodou pelo perfil que os fãs desse tipo de entretenimento têm. Ainda assim, com ingressos que variavam em R$400 e R$700, era obrigação da organização garantir boa acomodação, bom som e com estrutura de alimentação.

 

 

Organização inexistente e zero apoio à imprensa

Assim que cheguei para fazer minha credencial, já percebi que a noite seria desafiadora. Falei com uma pessoa do staff, pedindo para fazer credencial de imprensa. O que aconteceu?

  • Fui encaminhada para a pessoa encarrega dos credenciamentos
  • Não havia credencial de imprensa
  • Me identificaram com uma pulseirinha rosa que indicava minha posição no mezanino, como se eu fosse público pagante daquele setor
  • Por não ter identificação própria, staff me interrompeu, tentando impedir que eu utilizasse câmeras. Mas minha identificação era de público pagante.
  • Não havia área ou lugares específicos para imprensa, ao contrário do que os organizadores do evento falaram em e-mail oficial.

Mas o problema não foi esse. A questão é que, enquanto eu aguardava o meu credenciamento, o papo que estava rolado entre no pessoal do staff era justamente esse. Eles diziam que o pessoal da imprensa era muito folgado porque perguntaram e reclamaram de não ter posição para tirar fotos.

Tive que ouvir coisas como:

“[Imprensa] Nem paga ingresso e fica querendo pegar lugar bom”.

“Vem para cá sem pagar e querem tirar o lugar de alguém que pagou”.

“Ainda perguntam se têm espaço específico para eles!” – essa última dita como se fosse um absurdo.

Então, como representante que quem estava TRABALHANDO sábado a noite, que não é fã dos atores (apesar de admirar o profissionalismo deles), queria dar um recadinho para a organização do evento Far Music e o Staff da Vip Station: um absurdo é vocês distribuírem credenciais de imprensa avisando que terá um espaço para registrar o evento e infraestrutura e, quando nós, profissionais, chegamos para trabalhar, vocês nos colocarem em um lugar longe do palco, atrás de todo mundo, escuro, sem segurança, com staff incomodando a gente porque estamos com celular na mão e ainda falarem essas besteiras.

Sinceramente? Nunca fui em um evento tão mal organizado, tão desrespeitoso com o nosso trabalho e ainda tive que ficar ouvindo deboche como se não fosse comigo porque, a última coisa que eu ia fazer naquele breu, era arrumar confusão com meia dúzia de novatos que não fazem a menor ideia do que é um evento de verdade.

O que pareceu pra mim foi que os organizadores desconhecem o papel da imprensa em eventos, que não é entrar no show sem pagar para se divertir, e sim, registrar o momento, os fatos e divulgar para que novos eventos como esse (e outros) possam acontecer no Brasil.

Estrutura disponível para o público

Como já falei antes, a estrutura era praticamente inexistente. Mas resolvi abrir um bloco para falar sobre “o que era possível fazer se você sentisse sede ou fome” dentro do evento.

Tinha uma cantina bem pequena vendendo alguns salgadinhos e (acredito eu) algum sanduíche ou coisa do tipo. Confesso que não me aproximei porque, dado todo o resto que falei aqui, não queria me aproximar de nada perecível. Mas a aparência era realmente de uma cantina simples de escola: paredes azulejadas; balcão simples também de azulejo; um freezer daqueles de pé mais ao fundo descascado.

Até aí, tudo bem. Mas você não podia entrar com nada na bolsa que fosse suspeito e nem que fosse comida e bebida. A revista tirava de você antes de colocar os pés na área de credenciamento. Nesse caso, não acho que estão errados. Mas a infraestrutura não comportava alimentar aquele monte de gente.

Além da cantina de escola, havia uma área instagramável e uma banquinha de souvenir dos atores, como bótons, plaquinhas, essas coisas simples. O resto era escuridão. Literalmente. 😀

 

Conclusão

Agora você deve entender por que, lá no começo, eu disse que o profissionalismo do Boun, Earth e Santa “salvaram” a noite. De fato, ver a performance deles, a dedicação e o carinho para com as fãs brasileiras, foi algo bonito de ver.

Volto a dizer que minha admiração pelos atores tailandeses cresceu ainda mais porque, com um sorriso no rosto, energia e bom humor, eles interagiram o tempo todo, debaixo daquele calor infernal, repletos de luzes no rosto e debaixo de uma gritaria ensurdecedora. Eles são artistas incríveis.

Com certeza, em uma próxima vez que eles (ou outros colegas deles) vierem ao Brasil, farei questão de prestigiar… desde que seja um evento de verdade, eu um local de verdade, com uma organização e staff de verdade. Quem sabe, no meu próximo relato, a experiência será tão incrível quanto Boun, Earth e Santa? Estou na torcida.

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